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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

21º Congresso Europeu de Reprodução Humana – Copenhagen – Dinamarca

Novidades da Saúde da Mulher

Dr. Arnaldo S. Cambiaghi
No último mês, participamos do 21º Congresso Europeu de Reprodução Humana, em Copenhagen e foram destacados alguns pontos. Pela nossa avaliação concluímos que, aqui no Brasil, estamos em sintonia, harmonia e muitas vezes, melhor, quando comparamos o nosso desenvolvimento científico ao resto do mundo. Isto é muito bom!
BONS HÁBITOS, EVITAR A OBESIDADE E ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL SÃO FUNDAMENTAIS PARA PREVENIR QUASE TODAS AS DOENÇAS GINECOLÓGICAS DA MULHER

Infertilidade

DHEA um “suplemento alimentar” que melhora a ovulação em mulheres com mais de 40 anos
Uma das grandes dificuldades dos tratamentos da infertilidade é quando a mulher tem idade superior a 40 anos. Estas mulheres tendem a produzir uma quantidade menor de óvulos e embriões levando a uma taxa menor do sucesso de gestação. O DHEA é uma substância hormonal não vendida no Brasil, mas que pode facilmente, ser comprada de outros países pela Internet. Vendida no passado como o “hormônio da felicidade”, para melhorar o bem-estar e favorecer o rejuvenescimento, não teve estes benefícios comprovados e por isso, a sua venda para este fim foi em muitos países desativada. Nos EUA é vendida em supermercados como “Suplemento Alimentar”.
Neste Congresso o Dr. Gleicher do Centro de Reprodução Humana da Universidade de Chicago demonstrou que esta medicação tomada por mulheres com mais de 40 anos por um período médio de 17 semanas pode dobrar a qualidade de óvulos produzidos e aumentar muito as chances de gravidez. Este trabalho científico, apesar de ainda não comprovar totalmente o real efeito benéfico desta medicação, abre a porta para o seu uso, ajudando estes pacientes a terem filhos. Uma vez que os efeitos colaterais indesejáveis são mínimos, o seu uso pode representar um grande benefício para saúde reprodutiva dessas mulheres.

Aborto Recorrente

As pesquisas continuam se aprofundando na área da imunologia, porém, tem novos tratamentos a nível prático.
Em relação ao tratamento para aborto habitual os corticóides tem sido desencorajados, enquanto que, a aspirina em baixas doses e a heparina parecem funcionar.
O uso de IUIG necessita de mais estudos e agentes anti-oxidantes, vitaminas C e E estão sendo estudados.

Menopur – aumenta as chances de gravidez

Em estudo apresentado neste Congresso Europeu de Reprodução Humana na Dinamarca – Junho de 2005, dois trabalhos científicos apresentados pelos Dr. P. Devroey e Dr. Johan Smitz do Centro de Reprodução Humana de Bruxelas na Bélgica, demonstraram a possível superioridade do Menopur quando comparada com GONAL F (FSH – recombinante -rFSH). Estes dois medicamentos diferem entre si pela presença do LH e de moléculas de hCG. Enquanto o Menopur possui na sua formulação estas duas substâncias o r-FSH não tem. Esta diferença está associada com mudança do ambiente endócrino e da maturação do óvulo o que é importante no desenvolvimento do embrião.
Num estudo chamado MERiT (Menotropion versus Recombinant FSH in Vitro Fertilization Trial) foi feita uma avaliação comparativa onde se comprovaram diferenças entre as pacientes que foram submetidas ao tratamento de Fertilização In Vitro.
As pacientes que tiveram a ovulação induzida pelo Menopur demonstraram, no momento da captação dos óvulos, um nível maior de estradiol e androsterona, o que está relacionado com melhor qualidade embrionária e um nível menor de progesterona. A progesterona aumentada nas pacientes que receberam Gonal F causaram uma aceleração da maturidade endometrial e redução da implantação embrionária.
A conclusão desses trabalhos indicaram vantagens para o uso do Menopur quando comparados com o Gonal F.

PRESERVAÇÃO DA FERTILIDADE

Congelamento de Óvulos e Ovário
A cada congresso observa-se mais o interesse pela preservação da fertilidade. Tanto o congelamento de fragmentos de ovário, como o de óvulos, foram bastante debatidos. Cada vez se consegue mais sucesso nestes procedimentos e, embora sejam considerados por muitos como experimental, já representam uma ótima opção nos seguintes casos:
1) Pacientes que serão submetidas a tratamentos oncológicos que poderão prejudicar a qualidade e quantidade dos seus óvulos.
2) Mulheres que temem perder a fertilidade com o passar dos anos, são solteiras e ainda não tem a pessoa escolhida para ser o pai de seus filhos. Essas mulheres poderão congelar os seus óvulos e mantê-los “estocados” por um longo período. Caso venham se casar com uma idade muito avançada e quiserem ter filhos, poderão utilizar os óvulos congelados na época que resolverem.
3) Mulheres que tem histórico familiar de menopausa precoce.
4) Ciclos de fertilização in vitro que tem óvulos excedentes e o casal não queira congelar embriões com medo dos princípios éticos que impedem o seu descarte. O óvulo é uma célula e pode ser descartado o embrião não.

Ovários policísticos

Os ovários aparecem no ultra-som com vários pequenos cistos (+/-12). Além do fator genético, o estilo de vida e a obesidade foram focados neste congresso como causas importantes do ovário policístico. Estes últimos devem ser fortemente direcionados para os padrões ideais. Este problema ovariano pode ter início na adolescência caso a obesidade já se instale neste período. Bebês que nascem com o peso acima da média (mais que 3.500g), também tem esta chance aumentada.

Endometriose

Não foram apresentadas muitas novidades a não ser referente ao tratamento. Foi reforçado o uso da PENTOXIFILINA (nome comercial = imunomodulador) e do LEVONORGESTREL intrauterino (Mirena).
Estão em estudo novas drogas inibidoras da angiogênese, como Endostatim, TNP-470, Celocoxid, Rosa Glitazone e um DIU específico da substância Danazol. As experiências atuais são feitas em animais, mas prometem, num futuro próximo, serem uma ótima alternativa no tratamento de Endometriose.

Contracepção

Não foi apresentada nenhuma novidade diferente daquelas conhecidas no Brasil. Os mais novos métodos utilizados na Europa são os mesmos que recomenda-se aqui – Mirena, Nuvaring, Evra e Implanon.

Menopausa

Na Europa, pelo último senso, existem 550 milhões de mulheres acima de 50 anos. A cada ano aumenta 20 milhões de mulheres acima desta idade. Portanto, em 2050, na Europa haverá 1 bilhão e 500 mil mulheres acima de 50 anos. O mesmo deverá ocorrer no Brasil. Isto faz com que todos profissionais de saúde reflitam a respeito dos cuidados que estas mulheres precisam para que tenham uma ótima qualidade de vida.
A menopausa é um foco de atenção e a Reposição Hormonal é sempre debatida, seus prós e contras. Foram revisados os tipos de tratamentos. Os tratamentos naturais como FITOHORMÔNIOS (derivados da soja) foram considerados insuficientes para combater os sintomas, mas ainda podem ser uma opção. A Reposição Hormonal ainda é possível, mas deve ser feita com muito critério.

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