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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

COMO FUNCIONAM OS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NOS TRATAMENTOS DE INFERTILIDADE

Para muitas pessoas, os tratamentos de infertilidade parecem ser complicados e muito invasivos, principalmente a fertilização in vitro, que utiliza um número maior de medicamentos. É importante que os casais conheçam como cada um deles funciona, principalmente as mulheres, pois são elas que receberão a maioria dessas substâncias, quase todas injetáveis.

A ovulação sem medicamentos
O ciclo menstrual reflete a integração de um mecanismo hormonal em perfeita sintonia, que culmina com a ovulação de um único óvulo. Embora o mecanismo de ovulação ocorra no ovário, as ordens desse processo hormonal partem de uma área do cérebro chamada hipotálamo, que trabalha em harmonia com uma glândula próxima chamada hipófise. Essas duas glândulas coordenam o funcionamento do ovário que, por sua vez, produz os óvulos e o hormônio estrogênio, que prepara o útero para receber o futuro bebê.
O ovário contém milhares de óvulos, mas em todo ciclo menstrual natural, somente um deles alcança o pico ovulatório. Esse processo inicia-se logo após o começo da menstruação, quando o hipotálamo manda uma mensagem para a hipófise liberar um hormônio chamado FSH (Hormônio Folículo Estimulante). Essa substância estimula os ovários que escolhem, nesse ciclo natural, um folículo, às vezes dois (gestação gemelar natural), para se desenvolver em de 10 a 14 dias, até a data da ovulação. Nestes dias do desenvolvimento, o folículo produz o hormônio estrogênio, responsável pelo crescimento do endométrio no interior do útero. Quando ele alcança o diâmetro aproximado de 18 mm – e isso significa que já está maduro –, manda uma mensagem para a hipófise, que aumenta o hormônio LH (Hormônio Luteinizante), e este determina a ovulação. Assim que o óvulo se desprende do ovário e é captado pela tuba, deve, em 24 horas, entrar em contato com os espermatozóides para fecundação. Após esse fenômeno, inicia-se a migração pela tuba do embrião recém-formado, em direção à cavidade uterina – percurso este que deve durar cerca de quatro dias. Neste momento resta no ovário o corpo lúteo, que é a parte do folículo que ficou lá após a ovulação, e inicia-se a produção do hormônio progesterona, que finaliza a preparação final do endométrio para receber o embrião. Pode-se, neste caso, fazer a analogia com o ovo da galinha. O óvulo corresponde à gema que saiu de dentro do ovo, e a clara e a casca correspondem ao corpo lúteo que ficou no ovário.
Com a implantação do embrião, o ovário mantém a produção de estrogênio e progesterona, causando um ambiente ideal para o desenvolvimento do embrião e a integridade do endométrio. Se não houver a implantação, ou seja, não ocorrendo a gravidez, os hormônios desabam em 14 dias e ocorre a menstruação.
Todo esse processo serve de base para os tratamentos de fertilização. Eles devem ser individualizados pela idade da paciente, os problemas médicos que envolvem cada caso e a logística (distância da residência ou trabalho da paciente ao centro de reprodução humana), além dos fatores financeiros, morais e religiosos. De um modo geral, os tratamentos são diferentes uns dos outros, mas devem ser comparados entre si quanto à taxa de sucesso de gravidez, desconforto, complicações e custo. Entretanto, todos têm o objetivo de aproximar ao máximo o óvulo do espermatozoide e obter a gestação, desde os mais simples – como a indução da ovulação ou o coito programado, que sincroniza o dia do ato sexual com o dia provável da ovulação – até os mais complexos, como a fertilização in vitro.
Os medicamentos orais nos tratamentos
As medicações utilizadas nos tratamentos buscam melhorar a qualidade e o número dos óvulos, embora este aumento deva ser ponderado pelo médico e proporcional aos tratamentos executados. Obter muitos óvulos e arriscar a gestação de múltiplos em nenhuma hipótese deverá ser objetivo dos tratamentos.
Os medicamentos podem ser tomados por via oral ou injetável. O Clomiphene (nomes comerciais: Serophene, Clomid ou Indux) é uma droga conhecida desde 1967 e age na hipófise, fazendo com que essa glândula “acredite” não ter no organismo o estrogênio suficiente fabricado pelos ovários. Desta maneira, a hipófise aumenta os níveis do FSH para compensação daquele que está baixo, e assim produz um aumento do estímulo ovariano e, consequentemente, mais óvulos. Esta medicação é útil nos tratamentos que visam corrigir problemas de ovulação, por exemplo, os ovários policísticos. As doses recomendadas são variadas de acordo com o perfil da paciente e o tratamento proposto indicado, que pode ser desde a indução da ovulação para coito programado até tratamentos mais complexos como a fertilização in vitro, muito usada em casos especiais, como de mulheres com mais idade ou com ovários que respondem mal a outras drogas.
O inconveniente do Clomiphene é o efeito deletério sobre o endométrio, que se torna pouco receptivo para a implantação dos embriões. Por essa razão, nos tratamentos mais complexos, os embriões são congelados pela técnica de vitrificação, que produz taxas de gravidez semelhantes aos embriões não congelados, e transferidos para o útero em um próximo ciclo, de preferência natural, isto é, sem o uso de medicações. Apesar de ser uma droga mais simples e muito conhecida pelos médicos, não pode ser administrada sem controle do ultrassom, pois pode ser responsável por hiperestimulação ovariana e suas consequências. Os efeitos colaterais também não devem ser desconsiderados (gestação múltipla, mal-estar, sudorese noturna e retenção de líquido).
Outra medicação recomendada por via oral são os inibidores da aromatase, cujo principal representante é o Letrozole (nome comercial: Femara). Entretanto, por ter esta indicação “off Label” (fora da bula), tem sido sugerida somente em alguns casos e com restrições. A indicação original do Letrozole é para o combate ao câncer de mama, mas nos últimos anos a sua utilização na indução da ovulação tem suplantado o Clomiphene, por ter menos efeitos colaterais e causar menos prejuízo à qualidade do endométrio.

Os medicamentos injetáveis nos tratamentos
As medicações injetáveis, chamadas de Gonadotropinas ou Gonadotrofinas, são as mais importantes utilizadas nos tratamentos de fertilização, pois são as que levam aos melhores resultados. Esses medicamentos contêm o hormônio FSH, que no corpo humano é fabricado pela hipófise e age diretamente sobre o ovário. Os produtos comerciais com FSH produzidos pela indústria farmacêutica diferem entre si pelo grau de pureza. O FSH puro (Gonal e Puregon) é produzido pela técnica recombinante, ao passo que outros tipos são obtidos por técnicas de purificação sofisticada da urina de mulheres menopausadas (Bravelle). Ambas são eficazes e devem ser injetadas diariamente por via subcutânea. Existem ainda outros tipos de FSH associados ao LH altamente purificado, como o Menopur. O tempo de indução de ovulação para uma paciente varia de 8 a 12 dias, o que se traduz no mesmo número de injeções. Uma nova medicação produzida pelo laboratório MSD, com o nome comercial Elonva (Corifolitropina alfa), reduz o número de aplicações de sete para uma única, de longa duração, o que diminui muito o número de picadas e o inconveniente das injeções diárias, levando um maior conforto para as pacientes.
As medicações hormonais para a indução da ovulação já foram amplamente estudadas como responsáveis por câncer de ovário, mas até hoje nada foi comprovado. O FSH é a medicação de escolha para a maioria dos tratamentos de fertilização in vitro. Outra medicação importante é os bloqueadores da ovulação, utilizados principalmente nos tratamentos de maior complexidade, pois impedem que a ovulação ocorra antecipadamente e os óvulos sejam perdidos antes de serem coletados, nos tratamentos de fertilização in vitro. Existem duas categorias: os GnRH agonistas (Lupron, Synarel e Gonapeptyl) e os GnRH antagonistas (Cetrotide e Orgalutan). Eles são aplicados por injeções subcutâneas ou via nasal (agonistas) e inibem a elevação do hormônio LH, que causa a ovulação.
A escolha de um ou outro é indiferente e vai depender de cada caso e do profissional que trata da paciente. Os agonistas são administrados antes do início da estimulação ovariana, e os antagonistas, aplicados de cinco a seis dias após o início da indução ovulação. Os agonistas podem provocar efeitos colaterais como sudorese noturna, ondas de calor, secura vaginal, dores de cabeça e eventuais reações alérgicas. Os antagonistas causam menos efeitos colaterais, necessitam de menos picadas mas custam mais caro. Entre outras drogas importantes está a gonadotrofina coriônica (hCG), injetável por via subcutânea, que imita a ação do LH produzido pelo organismo. Assim, esta medicação finaliza a maturação ovular. Deve ser utilizada em todos os tratamentos de fertilização assistida, desde o coito programado até a fertilização in vitro. Na primeira hipótese, definem o melhor momento para o ato sexual ou inseminação artificial, e, na segunda, os óvulos são coletados 35 horas após a medicação ser injetada na paciente.
Após ocorrer a fertilização, alguns tratamentos necessitam de suporte hormonal e, por isso, a progesterona deve ser administrada por via intramuscular ou vaginal, em forma de creme ou supositórios. Alguns centros de reprodução humana preferem a progesterona injetável, uma vez que a via intramuscular é dolorosa e deve ser indicada em casos específicos. O estrogênio (oral, transdérmico, vaginal ou injetável) é recomendado em algumas situações para melhorar a qualidade do endométrio, mas é mais frequentemente utilizada em ciclos de doação de óvulos ou transferência de embriões congelados. Ainda neste item, merece ser comentada a utilização, em condições excepcionais, do Sildenafil (Viagra) e da Pentoxifilina (Trental), com o objetivo de melhorar a qualidade do endométrio – mas os benefícios são ainda questionáveis.
A infertilidade é um problema que atinge 15% dos casais que desejam a concepção, e existem inúmeras drogas disponíveis que proporcionam ótimos resultados. Porém, o conhecimento científico e o bom senso na utilização das medicações são essenciais para o sucesso dos tratamentos. Os efeitos colaterais devem ser bem conhecidos pelos profissionais especialistas que as utilizam. Obter os melhores resultados com menos efeitos colaterais e complicações deve ser o objetivo de todos os tratamentos desta especialidade.

Fonte: Arnaldo Schizzi Cambiaghi é ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva, www.ipgo.com.br

Programe a Gravidez - Antes da gravidez

Remédios devem ser evitados
 
Por Rachel Campello
A recomendação é evitar remédios antes de engravidar e durante os nove meses seguintes. Pode parecer drástico, mas a razão é legítima. Diversas drogas nunca foram testadas em mulheres grávidas ou logo antes de engravidar. Por isso mesmo, os cientistas não conhecem a extensão dos seus efeitos. Eles sabem, porém, que algumas substâncias, quando ingeridas em pequenas doses, não causam estragos. Um remédio para dor de cabeça ou cólicas, por exemplo, pode ser consumido. É o caso do Tylenol, liberado pelos médicos. Há antiinflamatórios, no entanto, que podem prejudicar a ovulação ou tornar o útero mais hostil para a implantação do ovo.

No extremo, existe ainda uma série de substâncias que são totalmente proibidas para a futura mãe por causarem malformações no feto. Anote seus nomes: isotretinoína e ácido retinóico (para acne), varfarina (anticoagulante), sumatriptano e propranolol (ambos para enxaqueca) e cortisona (para inflamações). E há uma outra lista de medicamentos que, usados de modo constante ou abusivo, podem alterar a função reprodutiva da mulher, como espironolactona e bloqueadores do canal de cálcio (para função cardíaca e função arterial), colcichina ou alopurinol (tratamento de gota) e cimetidina (alterações gastrointestinais). Se você faz uso desses medicamentos, é importante conversar com o médico.

Já as mulheres que têm alguma doença crônica não devem suspender a medicação nem alterá-la sem antes consultar o médico. De acordo com o obstetra Alberto d´Auria, diretor clínico do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo, aquelas que têm distúrbio da tireóide precisam continuar o uso e muitas vezes até aumentar a dose. "Caso a quantia não seja corrigida para suprir a nova necessidade, poderá ocorrer aborto ou parto prematuro", afirma. Nos casos de hipertensão arterial, a medicação também não pode ser abandonada. O especialista, diante do histórico da paciente, regula a dosagem. "Já nos casos de epilepsia, o obstetra fará, juntamente com o neurologista, a modificação da substância permitida na gestação", acrescenta d´Auria.
 
 

Antioxidantes podem melhorar fertilidade masculina

Segundo pesquisa, substâncias atuariam no processo de estresse oxidativo dos espermatozóides

Nova pesquisa que reúne mais de 30 estudos aponta que casais que estão tentando ter um bebê podem se beneficiar de antioxidantes, como a vitamina E o zinco.

Os pesquisadores se concentraram em homens subférteis – que apresentam nível de fertilidade abaixo da média, mas que são ainda aptos à contracepção – e constataram que aqueles que tomavam antioxidantes apresentaram uma probabilidade 4 vezes maior de engravidar suas parceiras.
Entretanto, a equipe neozelandesa é cautelosa ao afirmar que os antioxidantes ajudam a melhorar a fertilidade. Pesquisas complementares serão necessárias para fazer tal afirmação.
A subfertilildade afeta um em cada 20 homens e é responsável pela metade das concepções tardias. Estima-se que até 80% dos casos seja proveniente dos efeitos do estresse oxidativo espermático, que reduz a quantidade e a qualidade dos espermatozoides.
O estresse oxidativo acontece quando moléculas conhecidas como radicais livres, subprodutos do metabolismo celular, danificam o DNA e a habilidade funcional das células. Os antioxidantes, como algumas vitaminas e nutrientes, ajudam a proteger as células ao estabilizar os radicais livres.
Este processo levou alguns especialistas a se perguntarem se os antioxidantes não ajudariam a manter a saúde do esperma.
“A suplementação oral com antioxidantes pode, de alguma forma, ajudar casais que estão tentando engravidar”, disse a pesquisadora Marian Showell, da Universidade de Auckland, em um email à Reuters Health.

Para verificar se as pesquisas realizadas até o momento sustentavam essa idéia, Showell e sua equipe revisaram 34 estudos envolvendo 3.000 casais sob tratamento de fertilidade, como inseminação in vitro e intrauterina – dois dos métodos mais utilizados atualmente para aumentar as chances de concepção quando existem questões relacionadas ao esperma. Cada estudo investigou a importância de um ou mais antioxidantes.
Com base em 96 gestações entre 964 casais participantes em 15 dos estudos, os pesquisadores constataram que o antioxidante usado pelo homem aumentou quatro vezes as chances de concepção.
Além disso, os homens que tomaram antioxidantes tiveram um aumento de cinco vezes na probabilidade de engravidar suas parceiras, relatou a equipe à Biblioteca Cochrane. Porém, apenas três dos estudos continha dados sobre os nascimentos.
“As descobertas sobre o aumento dos índices de nascimentos com o uso de antioxidantes são baseadas em um total de apenas 20 nascimentos – número relativamente pequeno”, disse o Dr. Mark Sigman, da Brown University, em um email à Reuters Health. O médico não participou do estudo.
Sigman, cujo estudo não encontrou melhoras na qualidade do sêmen com o uso antioxidante carnitina, adverte quanto à empolgação em relação aos resultados da pesquisa.
Ele ressaltou que os estudos incluídos na pesquisa não utilizaram os mesmos tipos e quantidades de antioxidantes. Como resultado disso, não foi possível determinar a eficácia de suplementos individualmente.
Além da suplementação, os antioxidantes podem ser encontrados em diversos alimentos – como o mirtilo, a couve, o tomate e o queijo mussarela.
* Por Lynne Peeples
http://saude.ig.com.br/minhasaude/antioxidantes+podem+melhorar+fertilidade+masculina/n1237969528786.html